Memória RAM – Definição
A Memória de
acesso aleatório (do inglês Random Access Memory, frequentemente abreviado para
RAM) é um tipo de memória que permite a leitura e a escrita, utilizada como
memória primária em sistemas eletrônicos digitais.
A RAM é um
componente essencial não apenas nos computadores pessoais, mas em qualquer tipo
de computador, pois é onde basicamente ficam armazenados os programas básicos
operacionais. Por mais que exista espaço de armazenamento disponível, na forma
de um HDD ou memória flash, é sempre necessária uma certa quantidade de RAM
para executar as aplicações/softwares em tempo real.
O termo acesso
aleatório identifica a capacidade de acesso a qualquer posição e em qualquer
momento, por oposição ao acesso sequencial, imposto por alguns dispositivos de
armazenamento, como fitas magnéticas. O nome não é verdadeiramente apropriado,
já que outros tipos de memória (como a ROM) também permitem o acesso aleatório
a seu conteúdo. O nome mais apropriado seria: Memória de Leitura e Escrita, que
está expressa na programação computacional.
Apesar do
conceito de memória operacional de acesso aleatório ser bastante amplo,
atualmente o termo é usado apenas para definir um dispositivo eletrônico que o
implementa, uma vez que atualmente essa memória se encontra espalhada dentro do
próprio sistema dos atuais computadores (sistema por assim dizer "nervoso"
do computador, como o humano), basicamente um tipo específico de chip. Nesse
caso, também fica implícito que é uma memória volátil, isto é, todo o seu
conteúdo é perdido quando a alimentação da memória é desligada. A memória
principal de um computador baseado na Arquitetura de Von-Neumann é constituída
por RAM. É nesta memória que são carregados os programas em execução e os
respectivos dados do utilizador. Uma vez que se trata de memória volátil, os
seus dados são perdidos quando o computador é desligado. Para evitar perdas de
dados, é necessário salvar a informação para suporte não volátil, como o disco
rígido.
Memórias: quais os tipos e para que servem
RAM e DRAM
Foi em algum
ponto na década de 50 que surgiram as primeiras ideias de criar uma Memória de
Acesso Aleatório (RAM). Em 1966, o ano que foi marcado pela criação da memória
DRAM (invenção do Dr. Robert Dennard) e pelo lançamento de uma calculadora
Toshiba que já armazenava dados temporariamente.
A DRAM (Memória
de Acesso Aleatório Dinâmico) é o padrão de memória que perdura até hoje, mas
para chegar aos atuais módulos, a história teve grandes reviravoltas.
Em 1970, a Intel
lançou sua primeira memória DRAM, porém, o projeto não era de autoria da
fabricante e apresentou diversos problemas. No mesmo ano, a Intel lançou a
memória DRAM 1103, que foi disponibilizada para o comércio “geral” (que na
época era composto por grandes empresas).
A partir da
metade da década de 70, a memória DRAM foi definida como padrão mundial,
dominando mais de 70% do mercado. Nesse ponto da história, a DRAM já havia
evoluído consideravelmente e tinha os conceitos básicos que são usados nas
memórias atuais.
DIP e SIMM
Antes da chegada
dos antiquíssimos 286, os computadores usam chips DIP. Esse tipo de memória
vinha embutido na placa-mãe e servia para auxiliar o processador e armazenar
uma quantidade muito pequena de dados.
Foi com a
popularização dos computadores e o surgimento da onda de PCs (Computadores
Pessoais) que houve um salto no tipo de memória. Num primeiro instante, as
fabricantes adotaram o padrão SIMM, que era muito parecido com os produtos
atuais, mas que trazia chips de memória em apenas um dos lados do módulo.
Antes desse
salto, no entanto, houve o padrão SIPP – que foi um intermediário entre o DIP e
o SIMM. O problema é que o conector das memórias SIPP quebrava com facilidade,
o que forçou as fabricantes a adotarem o SIMM sem pensar muito.
A primeira leva
do padrão SIMM tinha 30 pinos e podia transmitir 9 bits de dados. Foi utilizado
nos primeiros 286, 386 e até em alguns modelos de 486. O segundo tipo de SIMM
contava com 72 pinos, possibilitando a transmissão de até 32 bits. Esse tipo de
módulo vinha instalado em computadores com processadores 486, Pentium e até
alguns com Pentium II.
FPM e EDO
A tecnologia FPM
(Fast Page Mode) foi utilizada para desenvolver algumas memórias do padrão
SIMM. Módulos com essa tecnologia podiam armazenar incríveis 256 kbytes. Basicamente,
o diferencial dessa memória era a possibilidade de escrever ou ler múltiplos
dados de uma linha sucessivamente.
As memórias com
tecnologia EDO apareceram em 1995, trazendo um aumento de desempenho de 5% se
comparadas às que utilizavam a tecnologia FPM. A tecnologia EDO (Extended Data
Out) era quase idêntica à FPM, exceto que possibilitava iniciar um novo ciclo
de dados antes que os dados de saída do anterior fossem enviados para outros
componentes.
DIMM e SDRAM
Quando as
fabricantes notaram que o padrão SIMM já não era o suficiente para comportar a
quantidade de dados requisitados pelos processadores, foi necessário migrar
para um novo padrão: o DIMM. A diferença básica é que com os módulos DIMM havia
chips de memórias instalados dos dois lados (ou a possibilidade de instalar
tais chips), o que poderia aumentar a quantidade de memória total de um único
módulo.
Outra mudança
que chegou com as DIMMs e causou impacto no desempenho dos computadores foi a
alteração na transmissão de dados, que aumentou de 32 para 64 bits. O padrão
DIMM foi o mais apropriado para o desenvolvimento de diversos outros padrões,
assim surgiram diversos tipos de memórias baseados no DIMM, mas com ordenação
(e número) de pinos e características diferentes.
Com a evolução
das DIMMs, as memórias SDRAM foram adotadas por padrão, deixando para trás o
padrão DRAM. As SDRAMs são diferentes, pois têm os dados sincronizados com o
barramento do sistema. Isso quer dizer que a memória aguarda por um pulso de
sinal antes de responder. Com isso, ela pode operar em conjunto com os demais
dispositivos e, em consequência, ter velocidade consideravelmente superior.
RIMM e PC100
Pouco depois do
padrão DIMM, apareceram as memórias RIMM. Muito semelhantes, as RIMM se
diferenciavam basicamente pela ordenação e formato dos pinos. Houve certo
incentivo por parte da Intel para a utilização de memórias RIMM, no entanto, o
padrão não tinha grandes chances de prospectiva e foi abandonado ainda em 2001.
As memórias RIMM
ainda apareceram no Nintendo 64 e no Playstation 2 – o que comprova que elas
tinham grande capacidade para determinadas atividades. Ocorre que, no entanto,
o padrão não conseguiu acompanhar a evolução que ocorreu com as memórias DIMM.
O padrão PC100
(que era uma memória SDR SDRAM) surgiu na mesma época em que as memórias RIMM
estavam no auge. Esse padrão foi criado pela JEDEC, empresa que posteriormente
definiu como seria o DDR. A partir do PC100, as fabricantes começaram a dar
atenção ao quesito frequência. Posteriormente, o sufixo PC serviu para indicar
a largura de banda das memórias (como no caso de memórias PC3200 que tinham
largura de 3200 MB/s).
DDR, DDR2 e DDR3
Depois de mais
de 30 anos de história, muitos padrões e tecnologias, finalmente chegamos aos
tipos de memórias presentes nos computadores atuais. No começo, eram as
memórias DDR, que operavam com frequências de até 200 MHz. Apesar de esse ser o
clock efetivo nos chips, o valor usado pelo barramento do sistema é de apenas
metade, ou seja, 100 MHz.
Assim, fica
claro que a frequência do BUS não duplica, o que ocorre é que o dobro de dados
transita simultaneamente. Aliás, a sigla DDR significa Double Data Rate, que
significa Dupla Taxa de Transferência. Para entender como a taxa de
transferência aumenta em duas vezes, basta realizar o cálculo:
[número de
bytes] x [frequência do barramento] x 2
Do padrão DDR
para o DDR2 foi um pulo fácil. Bastou adicionar alguns circuitos para que a
taxa de dados dobrasse novamente. Além do aumento na largura de banda, o padrão
DDR2 veio para economizar energia e reduzir as temperaturas. As memórias DDR2
mais avançadas alcançam clocks de até 1.300 MHz (frequência DDR), ou seja, 650
MHz real.
E o padrão mais
recente é o DDR3 que, como era de se esperar, tem o dobro de taxa de
transferência se comparado ao DDR2. A tensão das memórias caiu novamente (de
1,8 V do DDR2 para 1,5 V) e a frequência aumentou significativamente – é
possível encontrar memórias que operam a 2.400 MHz (clock DDR).
Dual-Channel e Triple-Channel
Apesar das
constantes evoluções no padrão DDR, as memórias nunca conseguiram atingir a
mesma velocidade das CPUs. Isso forçou as principais empresas de informática a
apelarem para um truque que possibilitaria o aumento do desempenho geral da
máquina. Conhecido como Dual-Channel (Canal Duplo), o novo recurso possibilitou
o aumento em duas vezes na velocidade entre a memória e o controlador.
A tecnologia
Dual-Channel depende simplesmente de uma placa-mãe ou um processador que tenha
um controlador capaz de trabalhar com o dobro de largura do barramento. Isso
significa que a memória utilizada não precisa ser diferente, sendo que a grande
diferença está no controlador, que deve ser capaz de trabalhar com 128 bits, em
vez dos costumeiros 64 bits das memórias DDR.
Ao dobrar a
largura do barramento de dados, as memórias têm a taxa de transferência dobrada
automaticamente. Assim, uma memória DDR2 que antes era capaz de transferir
8.533 MB/s, quando programada para atuar em Dual-Channel poderá atingir um
limite teórico de 17.066 MB/s. Detalhe: para usar a tecnologia de Canal Duplo é
preciso usar dois módulos de memórias, conectados nos slots pré-configurados
para habilitar o recurso.
A tecnologia
Triple-Channel é muito parecida com a Dual, exceto que aqui o canal é triplo.
Com a explicação acima fica fácil compreender que é preciso utilizar um
processador e placa-mãe compatível (os primeiros a usar esse recurso foram os
Intel Core i7 de primeira geração).
A largura do
barramento aumenta para 192 bits (o triplo dos 64 bits) e, consequentemente, a
taxa de transferência triplica. E novamente vale a mesma regra: três módulos
são necessários para utilizar essa funcionalidade.
Outros padrões
Enquanto os
computadores evoluíram baseados nas memórias DIMM SDRAM, outros dispositivos
aderiram a memórias alternativas. É o caso do Playstation 3, que aderiu à linha
de memórias XDR DRAM. O padrão XDR é como se fosse um sucessor das antigas
memórias baseadas no RIMM (também conhecida como memória Rambus DRAM).
Existem ainda as
memórias dedicadas para as placas gráficas. As principais são do padrão GDDR,
variando entre a primeira geração e a quinta – a GDDR5. As memórias GDDR têm
algumas semelhanças com os padrões DDR, mas diferem em alguns aspectos,
incluindo as frequências.
Antigamente
foram usadas memórias do tipo VRAM e WRAM para armazenar dados gráficos.
Atualmente, as memórias são do tipo SGRAM (RAM de sincronia gráfica). Todas
elas são baseadas na memória RAM, mas têm certas diferenças.
O futuro enigmático das memórias
O padrão DDR tem
reinado por longos anos, todavia, muitas tecnologias estão sendo estudadas para
substituir os atuais módulos. Entre tantas, uma que ganha destaque é MRAM, memória
magnética que deve alterar completamente o sistema de leitura e escrita. Esse
padrão deve disputar com o FRAM, memória ferroelétrica que tem investimentos de
grandes empresas, incluindo a Samsung, a Toshiba e outras tantas.
E a evolução das
memórias RAMs não vai continuar apenas nos módulos que utilizamos no cotidiano.
Protótipos como o Z-RAM (Zero-capacitor RAM) devem aportar nas memórias caches
dos processadores. Aliás, a probabilidade é muito grande, pois a AMD licenciou
a segunda geração da Z-RAM.
Apesar de muitas
fabricantes investirem alto na continuidade das memórias RAMs, existem fortes
indícios de que outros tipos de memórias sejam adotados num futuro próximo. A
HP, por exemplo, aposta no Memristor, um componente eletrônico que deve gerar um
padrão de memória muito superior ao atual.
Referências
Memórias: quais os tipos e para que servem
Acessado em 13/09/2016
RAM
Acessado em
13/09/2016
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