Facebook e Twitter juntos contra notícias falsas
As duas redes sociais se juntaram a uma rede de mais de
30 empresas de tecnologia e mídia para otimizar a qualidade das informações das
redes sociais.
A First Draft Coalition, formada em junho de 2015, com o
apoio do Google, disse que criaria um código voluntário de práticas, promovendo
a instrução sobre notícias dentro das redes sociais e lançando uma plataforma
na qual membros podem verificar histórias questionáveis.
A ferramenta será lançada até o fim de outubro, disse a
diretora administrativa da coalizão, Jenni Sargent, em um e-mail.
Entre os membros do grupo estão New York Times,
Washington Post, BuzzFeed News,Agence France-Presse e CNN.
O Facebook, maior rede social do mundo, com cerca de 1,7
bilhão de usuários por mês, foi criticado por seu papel na disseminação de
notícias falsas e boatos. O Twitter, com cerca de 140 milhões de usuários
diários, representa um papel crucial nas notícias de última hora e dissemina o
conteúdo testemunhal.
Já explicamos no Experiências Digitais por que tantas
mentiras ganham destaque no Facebook. Parte da explicação é de natureza
comportamental. A predileção humana por boatos e lendas vem de eras anteriores
à invenção do computador, dos sofistas gregos ao apresentador Nelson Rubens e
seu inseparável bordão “Eu aumento, mas não invento”. Outro responsável é o
próprio Facebook, que não consegue criar mecanismos que garantam que seu 1,7
bilhão de usuários consigam distinguir com clareza uma piada do Sensacionalista
e uma notícia da agência Reuters.
Uma notícia (verídica) da Reuters, publicada na
terça-feira (13), afirma que a rede social finalmente dará um passo importante
no combate à desinformação em suas páginas.
A notícia é boa porque mostra ao menos um esforço da rede
social em assumir que tem, sim, responsabilidade sobre o conteúdo publicado por
terceiros em suas páginas. Nos Estados Unidos, um estudo da Pew Internet
mostrou que quase metade dos americanos usa o Facebook como principal meio de
consumo de notícias. No Brasil, na falta de um estudo específico, imagina-se
que o dado seja similar. Quantas vezes você não ficou sabendo de uma notícia
bastante questionável e a pessoa carimbou: “Vi no Facebook”. O problema é que a
rede social também falha ao separar a informação verdadeira da falsa: um estudo
publicado neste ano mostra que informações falsas que viralizam tendem a
circular três vezes mais do que as informações verídicas que buscam
corrigi-las.
Carta aberta de uma feminista a Sheryl Sandberg, do Facebook
“A guerra da
desinformação e a propagação da ignorância já causaram um bom estrago na
sociedade. Muita gente com más intenções beneficiou-se da vista grossa do
Facebook para o problema. Há anos que a empresa deveria estar olhando para isso
com mais atenção. De qualquer forma, é uma notícia a se celebrar. Que a First
Draft Coalition ajude a mudar a postura do Facebook”.
Referências
Facebook finalmente se junta a grupo contra notícias falsas
Acessado 15/09/2016
Facebook e Twitter firmam parceria para combater notícias falsas
Acessado em 15/09/2016
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